Preservar e Transmitir pedaços do nosso Património

21
Ago 08

- Artesanato do Distrito de Setúbal -

Bandarilha é o nome que se dá a uma haste de madeira de diferentes tamanhos, ornamentada com papel de seda às cores, tendo numa das pontas um arpão que se crava no touro, e nele fica preso.

A zona do Ribatejo é famosa pelos artesãos que fazem as Bandarilhas na época das touradas. Neste caso, fui encontrar no site da câmara municipal do Montijo uma pequena entrevista com um embolador da terra.

 

"Vítor Manuel Morgado Costa trabalha desde os 12 de idade, na confecção de bandarilhas para o mundo da tauromaquia. Começou com o seu pai que, por sua vez, seguiu os ensinamentos de seu avô, que continuou a arte de um tio. Uma tradição familiar, que ainda hoje se mantém. Vítor diz, com um orgulho interminável, que a sua filha, ainda tão jovem, já confecciona bandarilhas. “A família tem seguido a arte”, diz.

Para se conseguir fazer um trabalho desta natureza é necessário gostar-se bastante do mundo dos touros. E Vítor é um aficcionado de mão cheia. Percorre as corridas em Portugal, Espanha e França. E, além de mostrar o seu trabalho, ajuda os toureiros e cavaleiros nos afazeres da corrida. Um verdadeiro amor à arte. Mas, este amor só não chega para sobreviver, pois esta é uma arte sazonal e este artesão divide o tempo entre a sua oficina e o seu trabalho numa firma. Isto deve-se ao facto da temporada taurina não se desenvolver durante todo o ano, sendo o Inverno uma época baixa, pois não há corridas e os materiais, como o papel utilizado, são mais perecíveis devido à humidade. Porém, tem contrato certo com determinados cavaleiros, preparando as suas corridas.
As suas peças são, essencialmente, para serem utilizadas nas corridas de touros, embora faça algum artesanato, de vez em quando, para venda a particulares. É o caso das exposições que realiza cada vez que é convidado pela Câmara Municipal de Montijo e se pode deslocar.

O seu trabalho requer determinados preceitos e medidas, que Vítor se orgulha de respeitar. E diz-nos, com sorriso largo, que sabe as medidas dos cavaleiros e as cores que cada um prefere nas suas bandarilhas. Dá-nos como exemplo o cavaleiro Paulo Caetano, que gosta das suas bandarilhas todas brancas. Aliás, podem-se usar todas as cores, excepto o amarelo, por uma questão de superstição.

Por mais peças que faça, e são muitas durante a temporada taurina, cada uma tem um carácter artesanal, pois é totalmente concebida à mão, desde o preparar a madeira até ao enfeitar da bandarilha.

Quando falamos do futuro da profissão, refere que é uma arte com futuro, pois as corridas de toiros são uma tradição e não vão terminar. Desde que haja festa brava, terão que existir artesãos desta natureza. E com a tradição familiar assegurada pela filha, o futuro só poderá ser risonho."

 

Sites consultados: Wikipédia, Câmara Municipal do Montijo  


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