Preservar e Transmitir pedaços do nosso Património

12
Out 08

- Artesanato do distrito de Leiria -

 

 Os Bordados das Caldas, originários das Caldas da Rainha, são também conhecidos pelo Bordado Rainha D. Leonor, isto porque, dizia-se que, quando a rainha e as suas aias permaneciam naquela região, costumavem nos tempos livres fazer bordados semelhantes aqueles que chegavam da Índia.

Estes bordados começaram por ser vendidos à porta do Hospital das Caldas da Rainha (no início da sua existência).

Dão-se a estes bordados, três possíveis influências: Indiana, espanhola e veneziana.

 

"Os Bordados das Caldas eram primitivamente executados com fio de linho, tinto num tom castanho dourado ou melado, sobre um tecido ralo branco, ou invés, de linha branca trabalhada em tecido acastanhado, com grande profusão de pontos."
Hoje em dia são bordados em fio de linho comum.

Possuí motivos como espirais, aranhiços e corações, sempre simétricos. Utilizam cores como o azul, castanho, cor de canela. Têm pontos especiais estes bordados: caseados, formiga, pé de galo, recorte, grilhão, espiga.

 

Apesar de, cada dia haver menos pessoas a realizar estes bordados, tem sido feito um esforço para preservar e difundir esta arte, nomeadamente na escola secundário Rafael Bordalo Pinheiro.

 

Sites consultaods: Lifecooler, Wikipédia, Câmara Municipal das Caldas da Rainha

 


21
Ago 08

- Artesanato do Distrito de Setúbal -

Bandarilha é o nome que se dá a uma haste de madeira de diferentes tamanhos, ornamentada com papel de seda às cores, tendo numa das pontas um arpão que se crava no touro, e nele fica preso.

A zona do Ribatejo é famosa pelos artesãos que fazem as Bandarilhas na época das touradas. Neste caso, fui encontrar no site da câmara municipal do Montijo uma pequena entrevista com um embolador da terra.

 

"Vítor Manuel Morgado Costa trabalha desde os 12 de idade, na confecção de bandarilhas para o mundo da tauromaquia. Começou com o seu pai que, por sua vez, seguiu os ensinamentos de seu avô, que continuou a arte de um tio. Uma tradição familiar, que ainda hoje se mantém. Vítor diz, com um orgulho interminável, que a sua filha, ainda tão jovem, já confecciona bandarilhas. “A família tem seguido a arte”, diz.

Para se conseguir fazer um trabalho desta natureza é necessário gostar-se bastante do mundo dos touros. E Vítor é um aficcionado de mão cheia. Percorre as corridas em Portugal, Espanha e França. E, além de mostrar o seu trabalho, ajuda os toureiros e cavaleiros nos afazeres da corrida. Um verdadeiro amor à arte. Mas, este amor só não chega para sobreviver, pois esta é uma arte sazonal e este artesão divide o tempo entre a sua oficina e o seu trabalho numa firma. Isto deve-se ao facto da temporada taurina não se desenvolver durante todo o ano, sendo o Inverno uma época baixa, pois não há corridas e os materiais, como o papel utilizado, são mais perecíveis devido à humidade. Porém, tem contrato certo com determinados cavaleiros, preparando as suas corridas.
As suas peças são, essencialmente, para serem utilizadas nas corridas de touros, embora faça algum artesanato, de vez em quando, para venda a particulares. É o caso das exposições que realiza cada vez que é convidado pela Câmara Municipal de Montijo e se pode deslocar.

O seu trabalho requer determinados preceitos e medidas, que Vítor se orgulha de respeitar. E diz-nos, com sorriso largo, que sabe as medidas dos cavaleiros e as cores que cada um prefere nas suas bandarilhas. Dá-nos como exemplo o cavaleiro Paulo Caetano, que gosta das suas bandarilhas todas brancas. Aliás, podem-se usar todas as cores, excepto o amarelo, por uma questão de superstição.

Por mais peças que faça, e são muitas durante a temporada taurina, cada uma tem um carácter artesanal, pois é totalmente concebida à mão, desde o preparar a madeira até ao enfeitar da bandarilha.

Quando falamos do futuro da profissão, refere que é uma arte com futuro, pois as corridas de toiros são uma tradição e não vão terminar. Desde que haja festa brava, terão que existir artesãos desta natureza. E com a tradição familiar assegurada pela filha, o futuro só poderá ser risonho."

 

Sites consultados: Wikipédia, Câmara Municipal do Montijo  


18
Ago 08

- Artesanato do Distrito de Viseu -

As Colchas ou Mantas de Sernancelhe, distrito de Viseu, são colchas tecidas em linho, trapos ou lã unidos e cercados com franjas.

O concelho de Sernancelhe teve, antigamente, um fortíssimo vigor na área da tecelagem, no entanto, com o passar do tempo, foi diminuíndo, pouco restando nos dias de hoje. Porém, dois pólos começam a ganhar vida, as freguesias de Arnas e Chosendo.

 

Existem vários padrões, em tons de vermelho, o laranja, vinho, preto e verde, onde predominam padrões geométricos (a roseta, o quadrado, lonsango, florão) e florais (espinhas, trevos, bicos ou cambos, coroas florais), por vezes, surge também um motivo animalista - como o cordeiro, coroa de rei, nomes, etc. Tudo isto, configurado a um largo campo de xadrez, um crivo de minúsculos losangos, uma rede apertada e esbelta e faixas ou barras com motivos.

 

Sites consultados: Câmara Municipal de Sernancelhe, Lifecooler

Imagens retiradas da net e do site da Câmara Municipal de Sernancelhe


04
Ago 08

- Artesanato do Distrito de Braga -

 

 

A Cantarinha dos Namorados ou Cantarinha das Prendas, é feita em barro vermelho polvilhada de mica branca.

Existem as Cantarinhas grandes, símbolo da abundância, do futuro, da esperança. E a Cantarinha pequena, símbolo da vida real, das incertezas do ffuturo e das pequenas felicidades do quotidiano.

A Cantarinha era utilizada, assim como os lenços dos namorados, como símbolo de aceitação ou rejeição de um pedido de namoro/noivado. Quando um rapaz se decidia em ir pedir a mão de uma rapriga à família dela, oferecia à rapariga a Cantarinha das Prendas. Se a Cantarinha era aceite, o pedido particular estava feito, e a partir daí ficavam comprometidos um com o outro. O anúncio do noivado era feito apenas se houvesse consentimento dos pais. Se houvesse consentimento dos pais, o noivado era anunciado e o dote tratado, e as prendas oferecidas aos noivos eram colocadas na Cantarinha (cordões de ouro, tranceletes, cruzes, corações. Outra versão diz que, dentro da Cantarinha eram colocadas rifas. A rapariga, tirava depois uma ao acaso que correspondia a uma prenda.

 

 

Sites consultados: Guimarães-Apontamentos-História, Estado Sentido

Imagens retiradas do Google


31
Jul 08

- Artesanato Distrito Faro -

 

 

 As rendas de Bilros são realizadas com peças de madeira, que têm o nome de bilros, daí a origem do nome das redas.

As rendas de bilros são feitas sobre um desenho feito em cartolina picotada nos pontos onde são espetados os alfinetes. Sobre uma almofada (rebolo), suportada por uma canastra de verga especial, as rendeiras manejam os bilros que seguram a linha de algodão penteado.
Uma das extremidades do bilro tem a forma de pêra e o fio está enrolado na outra extremidade. Os bilros são manejados aos pares pela rendilheira.
Na zona de Olhão e Fuzeta, a renda mais comum é a de duas agulhas, que lembra uma rede de pescador.
A origem desta renda não é muito certa, alguns acreditam que é uma técnica oriunda do Oriente (China ou índia), tendo chegado a Portugal no século XV.
Porém, este artesanato não é exclusivo da região algarvia, regiões como Peniche, Vila do Conde e Póvoa de Varzim acolhem esta tradição.

Sites consultados: Wikipédia, Garatujando, Visitalgarve

Imagens retiradas do Google.


23
Jul 08

- Artesanato da Região Autónoma da Madeira –

 

 

Os vimes foram uma das principais indústrias da Madeira.
A feitura de cestos para as vindimas ou para outras utilizações, foi muito desenvolvida na ilha.
A par dos cestos, existem ainda peças de mobiliário (cadeiras, canapés e mesas).
Mas é com os “Carros do Monte” que se assume a sua importância.
Antes de serem usados para fazer cestos ou mobiliário, os vimes são fervidos para lhes conferir elasticidade e torná-los mais fáceis de manejar. É essa fervura que lhes confere a cor acastanhada em vez do branco de origem.
A maior parte da produção é exportada para a Europa e Estados Unidos.
 
Sites consultados: Cantinho da Madeira
Imagens retiradas do Google
                                  

01
Jul 08

- Artesananto do Distrito do Porto -

 

 

Os Tapetes de Beiriz são uma forma de artesanato tradicional da Póvoa do Varzim.

São manufacturados em teares de madeira. Os tapetes de lãs cortadas, são trabalhados nos pontos que os tornaram célebres (ponto de Beiriz, ponto estrela e ponto zagal), apresentam desenhos originais com flores como tema predominante. Este incrível tapete tem como característica única o facto do seu desenho poder ser visto pelo avesso.

 

 

A história do tapete de Beiriz remonta a um passado relativamente recente. Data do início do século XX e foi ideia de Hilda d'Almeida Brandão Rodrigues Miranda, nascida em 1892 e falecida em 1949. Constituiu uma fábrica em Beiriz em conjunto com uma ajudante. Começaram a produção da tapeçaria e foram enriquecendo com o ponto por elas inventado, o "nó de Beiriz", que se tornaria famoso, após a sua morte, a fábrica passa para a mão de familiares mas acaba por falir em 1974.

 

           

 

          

Mais tarde, em 1988, um casal, José Ferreira e Heidi Hannamann Ferreira, recomeçam a produção destes tapetes, recrutando as artesãs da antiga fábrica.

 

São tapetes notáveis premiados e com demanda nacional e internacional, levando a que os preços oscilem entre 160 a 250 euros por metro quadrado. Os tapetes de Beiriz decoram o Palácio Real dos Países Baixos e edíficios públicos portugueses. O Teatro de São Carlos, em Lisboa, orgulha-se de possuir uma excelente colecção destes tapetes. Um, não, dois desses tapetes podem observar-se no Salão Nobre.

 

Sites consultados: Câmara municipal de Póvoa do Varzim, Tapetes de Beiriz, Wikipédia

Imagens retiradas do Google


28
Jun 08

- Artesanato do Distrito de Braga -

Diz-se que a origem dos "lenços dos namorados" remonta aos séculos XVII - XVIII, quando as Senhoras bordavam para passar tempo, sendo que, ao longo dos tempos, foram sendo adaptados para as mulheres do povo.

No início, estes lenços, faziam parte do vestuário feminino e tinham apenas uma função decorativa. Eram lenços quadrados, de linho ou algodão, bordados conforme o gosto de cada um.

No entanto, estes lenços, tinham outra função: a conquista do namorado.

Uma rapariga, quando chegava à idade de casar começava a bordar um lenço em linho ou algodão (tal e qual a Penélope de Ulisses ... mas custa-me a crer que a tradição venha daí ... o Homero era um ilustre desconhecido!).

Depois de bordado, o lenço era entregue ao namorado ou "conversado" e era em conformidade com a atitude deste usar publicamente ou não, que se decidia o namoro. Se este aceitasse, poria o lenço por cima do seu casaco domingueiro, colocava-o ao pescoço com o nó voltado para a frente, usava-o na aba do chapéu ou até mesmo na ponta do pau que era costume o rapaz trazer consigo.
Caso contrário, o lenço voltaria às mãos da rapariga.
Se por acaso, ele aceitasse mas, mais tarde, trocasse de parceira, fazia chegar à sua antiga pretendida o lenço, e outros obejectos que lhe pertencessem, como fotografias, cartas ... (a imaginação que as pessoas tinham ... muito melhor do que as sms e os msn's todos do planeta ... até para terminar o namoro eram criativos! ).

Podia também acontecer, os lenços serem motivo de uma simples brincadeira ou troca de palavras. "Nas festas os rapazes tiravam os lenços das raparigas simulando uma ligação amorosa. Quando o rapaz já tinha namorada o facto de simular uma ligação com outra ao roubar-lhe o lenço era muitas vezes motivo de desavença entre a sua namorada e aquela a quem o lenço tinha sido roubado" ( bem ... para isto, não há tempo que cure! ).

"Quando eram utilizados pelas suas "donas" no seu trajo de festa, estes eram colocados do lado direito da cintura, deixando pender uma das pontas, dando assim à sua indumentária uma graciosidade particular".

Os lenços, representam o sentimento da rapariga em relação ao rapaz, no qual ela escreve pequenos versos de amor, ou símbolos. Damos conta muitas vezes, de erros ortográficos nestes lenços, que denunciam a falta de instrução da época.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Têm de concordar comigo que esta tradição é divertida, talvez pelo seu carácter tremendamente popular e ingénuo, não deixando nunca de ser adorável!

 


Sendo bordados a ponto cruz, estes lenços eram muito trabalhosos e morosos, obrigando a "bordadeira" a ser muito paciente e cuidadosa na sua confecção.
Com o passar dos tempos, foram-se adoptando outros tipos de pontos mais fáceis e rápidos de bordar. Com esta alteração a decoração inicial dos lenços modifica, as originais cores de preto e vermelho, vão dar origem a uma série de outras cores e outros motivos de decoração. Não se perdendo nunca, o objectivo principal!

 

Sites consultados: O Leme, Ceramicarte, Aliança Artesanal

Imagens retiradas do Google


27
Jun 08

- Artesanato do Distrito de Vila Real -

 Barro preto - Artesão - Bisalhães

 

O Barro negro de Bisalhães, típico de Vila Real, possui uma técnica única de tratamento, Este, é também, um dos prinicpais produtos de artesanato da região.

 

 Barro preto - Bisalhães 

 

O barro, depois de britado é espalhado na eira para secar ao sol. De seguida, é transportado para os "pios" de pedra e moído, até se desfazer em pó, retiram-se as impurezas, mistura-se com água e amassa-se. Depois, o oleiro dá-lhe forma na roda de oleiro e, antes que esta seque, ornamenta-se com flores e outras formas.

A cozedura faz-se num forno aberto no chão (soenga). Colocam-se as peças, e cobrem-se com rama de pinheiro verde, a que se ateia fogo. Quando este começa a ficar com aspecto avermelhado (em brasa), abafa-se o fogo com caruma, musgo e terra escura, para que não se libertem fumos e seja obtida a cor negra característica.

 

Encontra-mos diferentes tipos de louça negra: a "churra" (que é mais grosseira, negra e sem brilho) e a "gogada" (que é fina e sem defeito).

Também se fazem miniaturas nesta louça.

 

Sites consultados: Wikipédia, Lifecooler


24
Jun 08

 

 

 

 A Camisola Poveira é o traje de romaria e festas da Póvoa de Varzim, Porto. Antigamente, eram utilizadas pelos pescadores para se protegeram do frio, dado que são camisolas de lã, bastante quentes.

 

 

As cores utilizadas são três: branco (a cor da malha), o vermelho e o preto (bordadas a ponto cruz na camisola).

 Siglas Poveiras base para a maioria das siglas familiares.

 

 

Esta peça integrava o traje masculino de romaria e festa do pescador poveiro.

Com a grande tragédia de 27 de Fevereiro de 1892” em que morreram 105 pescadores à entrada da barra de Póvoa de Varzim, “o luto decretou a sentença de morte deste traje branco. A camisola sobreviveu, ainda, pela primeira metade do século, mantendo-se como peça de luxo de velhos e novos.

“A camisola poveira era inicialmente (1ª metade do século XIX) feita em Azurara e Vila do Conde e bordada na Póvoa pelos velhos pescadores. Em evolução, passou a ser bordada pelas mães, esposas e noivas dos pescadores, e, depois feita e bordada na Póvoa.

 

A recuperação do vistoso e original traje branco deveu-se a Santos Graça que, ao organizar o Grupo Folclórico Poveiro, em 1936, o ressuscitou e divulgou.”

Hoje em dia, as camisolas poveiras, são produzidas por artesãs poveiras que destinam a sua produção às casas de artigos regionais. No entanto, o traje deixou de ser utilizado pelos pescadores, tendo hoje um fim meramente turístico.

 

Sites consultados: Wikipédia, Câmara Municipal Póvoa de Varzim

Estas camisolas têm motivos marinhos, o brasão da Póvoa de Varzim e de Portugal, e siglas poveiras (são uma forma de escrita primitiva, usada durante séculos na Póvoa de Varzim pelos pescadores, que utiliza um sistema de comunicação visual simples), escudo nacional, patinhos, vertedouros, remos cruzados, etc.

- Artesanato do distrito do Porto –


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