Preservar e Transmitir pedaços do nosso Património

18
Fev 09


A região de Vila Real possui indícios de ter sido habitada desde o paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, revelam a presença romana.


Somente em 1289, por foral do rei D. Dinis, é fundada efectivamente a Vila Real de Panóias, que se tornará a cidade actual. No entanto, ao que parece, já em 1139 se chamava «Vila Rial» ao promontório onde nasceu a Vila Real actual, na altura pertencente à freguesia de Vila Marim.


A presença, a partir do século XVII, da Casa dos Marqueses, faz com que muitos nobres da corte também aí se fixem. Facto comprovado pelas inúmeras pedras-de-armas com os títulos de nobreza dos seus proprietários que ainda hoje se vêem na cidade.
Conheceu um grande incremento com a construção da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1986 (embora esse já viesse a acontecer desde 1979, com o Politécnico), que contribuiu para o aumento demográfico e revitalização da população.
Nos últimos anos, foram criados em Vila Real vários equipamentos culturais, que trouxeram novo dinamismo à cidade, como o Teatro de Vila Real e o Conservatório de Música, e a transferência da Biblioteca Municipal e do Arquivo Municipal para edifícios específicos para esse fim.


Sites consultados: Wikipédia, Guia da Cidade, Camara Municipal de Vila Real
 

publicado por Laura às 18:02

27
Out 08

- Monumento do Distrito de Vila Real -

 

O Palácio de Mateus, também chamado de Casa ou Solar, é uma das melhores representações do período Barroco em Portugal. Situado na freguesia de Mateus, concelho de Vila Real.

A autoria e a data de construção deste Palácio são desconhecidas. Sabe-se que em 1743, o arcebispo D. José de Bragança, é informado que António José Botelho Mourão havia demolido um Palácio para construir outro muito melhor. Razão pela qual se pensa que nesta data a construção do Solar já estaria em fase adiantada. Há no entanto, quem atribuia a autoria do Palácio a Nasoni, uma vez que se sabe que ele esteve na região na época e também devido à semelhança com outros trabalhos do arquitecto.

Para além do Solar, existe também a Capela da Casa, situada a nordeste da mesma.
"Actualmente, a Casa de Mateus é administrada pela Fundação com o mesmo nome, fundada em 1971, e dirigida pela família, organizando diversas actividades de âmbito cultural (cursos de música e concertos, exposições, o prémio literário D. Dinis, congressos e seminários), para além de conservar a biblioteca e o museu."

 

Encontrei também, no site da Fundação Casa de Mateus, uma visita Virtual onde vemos os espaços como se lá estivéssemos, carreguem aqui.

 

Sites consultados: Guia da Cidade, Wikipédia, Casa de Mateus

 


30
Jun 08

- Lenda do Distrito de Vila Real -

 

 

 

 

A Serra do Alvão, com os seus ciclópicos penedos e ravinas alcantiladas, vestida de branco no Inverno e de verde no Verão, com ar severo e misterioso, era ambiente propício para excitar a imaginação dos que por lá andavam a ganhar o pão ou por lá passavam, a caminho de Vila Real. Não admira, pois, que, à sua volta, as lendas surgissem, com toda a naturalidade.

Lá bem no alto da serra, junto da povoação de Arnal, ergue-se um descomunal fragão,

chamado Penedo Negro e também A Capela, por ter um recorte em forma de portão de igreja, forrado de musgo verde e macio. Os pastores e os viandantes olhavam-no com curiosidade e receio e passavam lá com o credo na boca, pois havia quem dissesse que, à meia noite, lá dentro, se ouvia um cantar muito triste e arrasta–do de mulher que, no entanto, ninguém conseguia ver.

Mas, certa madrugada, ainda com estrelas no céu, passou por lá um aldeão, recoveiro de ofício, que ia à Vila fazer compras, como de costume. E justamente quando ladeava o esfíngico penedo, ouviu um ruído surdo semelhante ao ranger de gonzos de pesado portão. Com os cabelos eriçados, olhou para o sítio donde viera o ruído estranho e deu com os olhos numa Senhora muito linda, de sorriso triste mas encantador, como nunca tinha visto, que lhe disse com voz meiga: - Não tenhas medo e presta bem atenção ao que vou dizer-te. Eu sou uma moura encantada e tenho tanto oiro que não há balanças que o possam pesar. Pois todo este oiro será teu e eu própria irei para tua casa e casarei contigo, se conseguires desencantar-me. Para que isso aconteça, traz-me da Vila uma bola de quatro cantos. Mas toma bem sentido: não a "encertes" por nada deste mundo; se não, dobras-me o encanto.

Dito isto, desapareceu no interior do Penedo Negro e a porta voltou a fechar-se como se abriu. O bom recoveiro, muito surpreendido com aquela inesperada aparição, retomou a jornada, serra abaixo, sempre a repetir as palavras da linda Senhora que não lhe saía do pensamento. Mal entrou nas portas da Bila, tratou de mercar a bola de quatro cantos, não fosse o pão acabar cedo, pois era dia de feira. Só depois iniciou as outras voltas. Apreçou, aqui e ali, a mercadoria e fez as compras para si e para os vizinhos. Enfiou o alforje no grosso varapau de marmeleiro apoiado sobre o ombro e pôs-se a caminho de casa, já com o sol a baixar para trás da serra. E, como não tinha comido nada, pois comer na estalagem é um roubo, e a jornada era longa e penosa, sentiu uma vontade irresistível de comer. Mas

comer o quê, se só levava a bola de quatro cantos e a Senhora lhe recomendara tanto que a levasse bem inteirinha? E perdia toda aquela riqueza que a Senhora prometera dar-lhe?

Pôs de parte aquela ideia maluca e continuou a caminhar.

Mas um pouco a cima de Agarez, avistou uma fonte gorgolejante que o convidava a matar a sede e a descansar. E, como à fome e à sede ninguém resiste, resolveu parar, pensando lá com os seus botões: - É certo que prometi à Senhora levar a bola inteira e eu não sou homem de faltar à palavra. Mas, como diz o outro, a fome não tem lei. Vou comer só um canto e levo-lhe os outros três. A Senhora pareceu-me tão boazinha... há-de compreender e perdoar. E, se bem o pensou, melhor o fez. Sentou-se à beira da fonte, pós o alforje no chão, comeu o canto da bola e bebeu uma tarraçada de água fresca. Depois, já reconfortado, retomou a subida da encosta. Ao chegar junto do Penedo Negro, bateu com a ponta do varapau. A porta abriu-se rapidamente e a Senhora reapareceu, mas agora com o semblante carregado, e disse-lhe com ar severo:

Em cavalo de três pernas,

Contigo não posso ir.

Fecha-te, porta de pedra,

Para nunca mais te abrir.

E desapareceu, enquanto o Diabo esfrega um olho, atrás da porta de pedra, para sempre.

O pobre do homem, com os três cantos da bola na mão e o alforje das compras ao ombro, partiu, desalentado, para a sua aldeia, onde passou o resto da existência, a lamentar a tentação de comer da bola de quatro cantos, e a calcorrear os caminhos da serra para ganhar a vida.

E a Senhora linda lá continua encantada, com os seus tesouros fabulosos, no Penedo Negro, a que os povos da serra, por essa razão, também chamam Calhau do Encanto.

 


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